sexta-feira, 25 de janeiro de 2013



AS HORAS



Não quero as horas
Todas as horas…


Todos os dias das horas…

Batem na minha cabeça
Envelhecem a minha pele

As horas que minhas não são
Emprestam-me a ilusão de viver
E no dia seguinte lá estão

A diminuir o meu dia
A acrescentar a noite
A contar os meus anos
Companheiras da minha solidão
Entram no meu nariz
Percorrem a respiração

Entram e saem
Entram e saem

São de todos e de ninguém
Marcam o nascer e o morrer
E continuam mundo fora
Como uma grande invenção
Numa enorme precisão

E eu pergunto
Qual a melhor hora
A melhor hora da minha vida?
Será a hora da minha morte?

No fim, todas as horas foram minhas.

M.

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