sábado, 18 de fevereiro de 2012

A QUINTA DO MATA SETE

A Maria correu para o telefone a gritar, é o avô, é o avô que me está a ligar. E atendeu numa euforia. Era o avô Eduardo que tinha chegado ao Porto. Combinaram uma saída para o seu primeiro dia de férias da Páscoa. Nessa noite, a Maria dormiu a correr para chegar ao dia seguinte.



Conforme combinado o avô foi buscá-la e, como de costume, o destino só foi desvendado pelo caminho, mas naquela viagem a Maria já sabia onde ia pela direcção que o avô Eduardo levava. Adorava ir à quinta do Mata Sete. Mal chegou encontrou logo o seu amigo de quatro patas a quem ela chamava de Fanico e que se roçou nas suas pernas e miou de contente. A Maria sentou-se na relva a fez-lhe uma festa ao longo do seu dorso dourado. O Fanico começou logo a contar à Maria as últimas novidades da quinta. Sabes, Dali, o espantalho pintor, tem feito muitas tropelias na quinta. Imagina tu que no outro dia resolveu pintar o céu de verde e o chão de azul. Foi um ai Jesus nos acuda logo pela manhã. As ovelhas quando acordaram e foram pastar não encontraram relva. Olharam para o céu que estava verde e deitaram-se de costas para comer. Mas, nada! A erva estava tão longe que por mais que se esticassem não chegavam lá. Até que foi giro ver as ovelhinhas de patas para o ar a fazer mé, mé, mééé…O berreiro era tal que o Alberto teve de as vir socorrer.



Mas tem mais…



Na semana seguinte, o Dali resolveu pintar os arbustos e o lago com tinta branca. Outra grande confusão na quinta do Mata Sete. O burro, o cão, a vaca e o carneiro pensaram que tinha nevado e foram todos contentes brincar com a neve, mas a tinta estalou e eles quase se afogaram.



Mas ainda tenho mais novidades Maria.



Estás a ver ali aquela árvore muito grande? Pois o Dali, no tronco da árvore pintou uma loja de guloseimas e chocolates com a porta aberta. Claro que os espantalhos da horta foram a correr para comer os chocolates e os doces mas esbarravam no tronco e caíam desmaiados no chão!



Depois desta confusão, veio o feitor da quinta, o Alberto, que teve de levar o Dali para a cave da casa cor-de-rosa onde ficou fechado a sete chaves com umas grandes latas de tinta de várias cores para pintar as paredes todas e os tectos.



Ai como tu te deves ter divertido Fanico, disse a Maria. Na minha escola não acontece nada assim.

M.
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